quinta-feira, 24 de junho de 2010

ÀS VOLTAS NO SNS


Nunca fui um entusiasta dos casos particulares no jornalismo, pese embora trabalhar na televisão. Mas a saga de Rui Baptista no Serviço Nacional de Saúde parece-me particularmente luminosa na sua tragédia. Cá temos um pequeno retrato de um paradigma de governação estafado que despeja dinheiro sobre os problemas, sem os resolver. Quanto se desperdiçou com a gripe A, que mata menos do que a gripe normal? Só em vacinas, cuja eficácia não estava e não está demonstrada, foram 45 milhões. O que se poderia fazer com esse dinheiro? E quanto se pouparia se houvesse regras mínimas, por exemplo, de prescrição? É permitido receitar no ambulatório quatro antibióticos em quatro dias (até quinolonas). É permitido atender um doente uma, duas, três, quatro, cinco vezes sem o examinar seriamente e, já agora, tratar. Claro que assim os hospitais privados podem cobrar o que quiserem. Pela prosaica razão de que ninguém está disposto a morrer aos 28 anos porque o sistema informático está avariado, porque o aparelho de medir oxigénio está fechado e a médica não tem a chave, porque chamadas telefónicas e um roteiro turístico pelos centros de saúde não curam ninguém.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

PARA MEMÓRIA FUTURA

"Sim, houve participação governamental (em particular com origem no primeiro-ministro e executada por quadros do PS colocados em posições cimeiras em empresas em que o Estado tem qualquer forma de participação directa ou indirecta) numa tentativa de, em ano eleitoral, controlar vários órgãos de comunicação social, nomeadamente a TVI".

"Sim, o primeiro-ministro sabia, foi informado pessoalmente do que se passava e, por via indirecta, conhecemos indicações suas sobre o modo como os executantes deviam proceder. E, por isso, mentiu ao Parlamento. Ele não queria ter a fama (de controlar a comunicação social), sem ter o proveito (de a controlar de facto) e procedeu e permitiu que procedessem em consequência, conforme as suas intenções publicamente anunciadas no congresso do PS."

Pacheco Pereira, Deputado

Terminou a comissão de inquérito. A desconsideração que a maioria dos portugueses tem pela Liberdade, permitiu o que permitiu. Está feito. Mas não teria valido a pena sancionar o precedente claramente, por um futuro mais limpo? Pergunto-me se os militantes socialistas, os deputados socialistas e os socialistas em geral pensarão nisso. E quando um dia outra maioria se apoderar do Estado e aproveitar a espantosa vulnerabilidade das "grandes empresas" para diminuir as notícias e impôr a sua propaganda? Estarei, como jornalista, disposto a ouvi-los - a quase todos, porque a paciência tem limites.

FRASES QUE IMPÕEM RESPEITO

"O SENHOR DEPUTADO RICARDO RODRIGUES É MENTIROSO."

"A VERDADE NÃO SE ESCONDE NO BOLSO."


João Semedo, Deputado.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

FOI O ESTADO DE NECESSIDADE

"Irreflectidamente, tomei posse de dois equipamentos de gravação digital"



"O senhor primeiro-ministro não mentiu e o Governo não interferiu no negócio da PT com a TVI"